RIO - O valor das incorporações, obras e serviços realizados pelas empresas de construção somaram R$ 382 bilhões em 2014, queda em termos reais de 0,8% na comparação com o ano anterior. Os dados foram anunciados nesta quarta-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic) referente a 2014. No mesmo período, a receita operacional líquida do setor recuou, também em termos reais, 1,3%, para R$ 359,1 bilhões.
A pesquisa mostra ainda que, excluindo as incorporações, o valor das obras e serviços realizados pela indústria da construção atingiu R$ 371,5 bilhões. Deste montante, R$ 128,2 bilhões vieram das obras contratadas por entidades públicas, que representaram 34,5% do total da construção - patamar superior ao verificado em 2013, quando ficou em 34%.
O segmento de construção de edifícios se manteve como o que mais contribuiu para o avanço do setor. Em 2014, a participação foi de 43,8% do total das incorporações, obras e serviços. Em seguida, vêm obras de infraestrutura, com uma fatia de 39%, embora registrando uma queda em relação a 2013 (40,2%). Já o setor de serviços especializados para construção apresentou relativa estabilidade, passando de 17%, em 2013, para 17,2% em 2014.
30 funcionários ou mais - Considerando apenas as empresas com 30 funcionários ou mais, o valor corrente total das incorporações, obras e serviços chegou a R$ 318,2 bilhões em 2014, queda de 0,7% em relação a 2013, descontados os efeitos da inflação.
Neste recorte, a maior fatia ficou com as obras de infraestrutura, que somaram R$ 137,2 bilhões. Houve aumento no total em relação a 2013, quando ficou em R$ 132,4 bilhões. Ainda assim, reduziu sua participação no total das incorporações, obras e serviços, passando de 44,8% para 43,1%.
Segundo o IBGE, as obras de infraestrutura são influenciadas pelos desembolsos efetuados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) direcionados a esta finalidade, que avançaram nominalmente 10,9%, de R$ 62,2 bilhões, em 2013, para R$ 69 bilhões em 2014. Destes recursos, R$ 28,9 bilhões foram destinados aos setores de energia elétrica e logística em 2014. Juntos, foram responsáveis por 41,9% dos desembolsos de infraestrutura.
As obras residenciais vieram em segundo lugar dentro desse recorte. De acordo com o órgão, o valor dessas construções chegou a R$ 89 bilhões em 2014, ante R$ 77,1 bilhões no ano anterior. A participação em relação ao total de incorporações, obras e serviços nas empresas com 30 funcionários ou mais foi de 28%, enquanto em 2013 era de 26,1%. "O aumento da participação deste grupo nos últimos anos está diretamente relacionado aos crescimentos do crédito imobiliário e do número de unidades financiadas", destacou o IBGE.
Regiões - Em termos regionais, o Sudeste apresentou a maior participação relativa tanto no pessoal ocupado como no valor das incorporações, obras e serviços da construção. O IBGE ressaltou que embora continue liderando, a região perdeu participação em ambos aspectos na passagem de 2013 para 2014. No caso do pessoal ocupado, o percentual foi de 53,3% para 52,2%, enquanto em relação ao valor foi de 60% para 58,5%.
Já as regiões Nordeste e Sul registraram os maiores crescimentos no período. No pessoal ocupado, a Nordeste foi de 19,9% para 21% e a Sul de 14,2% para 15%. Em relação ao valor das incorporações, obras e serviços os percentuais foram de 15,1% para 15,5% e de 13,4% para 14,2%, respectivamente.