As vendas internas de cimento acumulam retração de 10,1% de janeiro a abril, para 16,962 milhões de toneladas, segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC). A entidade mantém a projeção que as vendas domésticas do insumo terão recuo de 5% a 7% neste ano.
Tradicionalmente, o desempenho do segundo semestre, período menos chuvoso, é melhor do que o da primeira metade do ano.
Em abril, as vendas domésticas caíram 16% em abril, na comparação anual, para 4,02 milhões de toneladas, de acordo com o SNIC. As vendas por dia útil tiveram queda 7,8%, para 189,8 mil toneladas. O consumo aparente de cimento caiu 16,5%, no mês passado, ante abril de 2016, para 4 milhões de toneladas.
No período de maio do ano passado a abril de 2017, as vendas internas somaram 55,49 milhões de toneladas.
Em 2016, houve queda de 11,8% na comercialização doméstica. "Vamos recuperar metade do que foi perdido em 2016, mas continuaremos no vermelho", diz o presidente executivo do SNIC, Paulo Camillo Penna.
O setor de cimento apresentou boom de crescimento da demanda entre 2004 e 2014, chegando ao recorde anual de 70,8 milhões de toneladas. Se as projeções do SNIC para 2017 se confirmarem, a queda acumulada em três anos será de 25%.
Atualmente, o setor opera com capacidade ociosa de 44%. A expectativa é que metade da capacidade instalada esteja ociosa no fechamento do ano. "No pior momento do setor, em 1983, tínhamos 43% de ociosidade", diz.
Entre os fatores que contribuem, positivamente, para o desempenho do setor de cimento estão, na avaliação do presidente do SNIC, a liberação de recursos de contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a ampliação das faixas do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.
Por outro lado, ressalta Penna, o Produto Interno Bruto (PIB) continua estagnado, e os níveis de desemprego seguem elevados. "A indústria de cimento está bastante distante da retomada", afirma o presidente do SNIC.
