A venda de imóveis novos subiu 13,5% em setembro, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (30) pela Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias). A comercialização de 13.438 unidades em setembro é o maior para um único mês desde maio de 2014, quando foram vendidas 14.116 unidades habitacionais.
Com o resultado, as vendas da incorporação imobiliária no terceiro trimestre de 2020 também estabeleceram um novo recorde histórico, com 39.617 unidades vendidas. O número representa uma alta de 39,7% em relação ao mesmo período de 2019. Já o acumulado dos últimos 12 meses, as 131.852 unidades comercializadas superaram também em 13,5% o volume de vendas nos 12 meses anteriores.
O presidente da Abrainc, Luiz Antonio França, avalia que o setor "segue pontuando ótimo fluxo de vendas em um ano marcado por um elevado nível de desemprego e impacto negativo da pandemia". "Isso mostra que a construção civil, que gerou mais de 154 mil empregos nos últimos três meses, segundo Caged, mantém-se como setor de tração da recuperação econômica", comemora.
O indicador ainda mostra que os lançamentos de novos empreendimentos tiveram ligeira oscilação negativa, de 0,9%, no período. Nos últimos 12 meses, a queda acumulada foi de 2,3% em relação ao observado nos 12 meses precedentes, carregando ainda efeitos do início da pandemia do novo coronavírus. Apesar desse movimento, os lançamentos acumularam alta de 7,8% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Segmentos
Os empreendimentos do segmento de imóveis voltado para a baixa renda, responsável por 84,4% dos lançamentos e 76,2% das vendas residenciais, registrou elevação de 3,7% nos lançamentos em setembro e de 14,5% no terceiro trimestre e 8,6% no acumulado em 12 meses.
Já no âmbito das vendas, o segmento de habitação popular encerrou setembro com uma alta de 19,3% em relação ao mesmo mês de 2019, colaborando para uma elevação de 50,3%, no terceiro trimestre, e de 24,7% nos últimos 12 meses.
Os empreendimentos do segmento de Médio e Alto Padrão, relativamente mais afetados pelos efeitos da pandemia nos grandes centros urbanos, tiveram recuo de 41% em setembro de 2020 (em relação a setembro de 2019), queda de 27,5% no terceiro trimestre e de 36,7% nos últimos 12 meses. Já as vendas do segmento do setor caíram quase 2% ante setembro de 2020.