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03/09/2021

Venda de imóveis cresce 55% em Goiânia no 2º trimestre

Otimismo do setor se reflete também nos lançamentos, cujo número de unidades no 1º semestre foi 50% maior na comparação com 2020

A venda de imóveis em Goiânia no segundo trimestre de 2021 cresceu 55% em relação ao mesmo período de 2020. O dado é fruto da pesquisa sobre o mercado imobiliário, divulgada pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO). O levantamento foi realizado pela Brain Inteligência Estratégica.

Nos meses de abril, maio e junho do ano passado foram vendidos 1.322 imóveis, enquanto em 2021, a quantidade passou para 2.049 durante o mesmo recorte de tempo. No comparativo entre o primeiro trimestre dos dois anos, o aumento havia sido de 41%. Os representantes da Ademi e da Brain creditam o maior crescimento no segundo trimestre à pandemia da Covid-19.

Em coletiva de imprensa ontem, Fernando Razuk, presidente da Ademi-GO, lembrou que o segundo trimestre de 2020 marcou o começo da pandemia e que o consumidor ainda estava receoso de se arriscar financeiramente. Tanto que o número de unidades vendidas entre o primeiro e o segundo trimestre do ano passado caiu de 1.701 para 1.322. Já em 2021, foram vendidas 2.027 unidades nos primeiros três meses do ano e 2.049 nos seguintes, uma diferença menor.

“No ano passado, nós passamos os meses de março, abril e maio achando que o mundo iria acabar, mas de junho de 2020 para cá, o mercado surpreendeu muito positivamente, do ponto de vista das vendas”, avalia Razuk, que arrisca dizer que 2021 pode vir a ser o ano com maior volume de vendas da história do mercado imobiliário no Brasil.

Inclusive, enquanto nos meses citados havia um receio por conta do avanço da Covid-19, o setor acredita que as consequências da pandemia acabaram por beneficiar o mercado imobiliário a partir de junho de 2020. “Como caíram os juros, caiu o valor da parcela e houve um aumento de demanda”, acrescenta Razuk.

Ele também cita que, com a pandemia, as pessoas passaram a ficar mais em casa e perceberam a necessidade de morar melhor. O presidente da Ademi-GO ainda adiciona aos motivos do crescimento a rentabilidade do mercado imobiliário. “As aplicações financeiras de baixo risco hoje rendem muito pouco e o imóvel está valorizando. Então, tem muito investidor comprando, seja para alugar, seja para revender, e ganhar com a valorização.”

Razuk lembra que, apesar disso, houve um aumento dos custos da construção civil, além de um certo descompasso entre oferta e demanda de material. “Mas se isso de um lado é um desafio para as incorporadoras, na outra ponta, para quem está adquirindo imóvel agora, tem sido um excelente negócio, porque o preço dos imóveis tem subido e quem tem comprado sai ganhando com a valorização”, pontua.

Lançamentos

Além do aumento de vendas em Goiânia, também cresceu o número de imóveis lançados. Se no segundo trimestre de 2020 foram lançadas 1.242 unidades, no mesmo período em 2021 a quantidade chega a 2.333, cerca de 88% a mais.

No total, no primeiro semestre de 2020, foram lançadas 2.330 unidades, enquanto em 2021 foram 3.501. Ou seja, um aumento de 50% no número de lançamentos. “É maior do que a média nacional, que foi entre 35% e 40%. Então, vemos essa diferença que Goiânia fez nesse período”, destaca o proprietário da Brain Inteligência Estratégica, Marcelo Gonçalves, que fez o levantamento.

Já o volume de distratos caiu. Foram 420 unidades com contratos desfeitos no primeiro semestre de 2021, contra 507 no mesmo período de 2020.

 

Em julho, setor gerou 6,8 mil empregos 

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados em agosto pelo Ministério do Trabalho, apontam que o mercado imobiliário gerou 6.888 postos de trabalho em Goiás no último mês de julho. O saldo de empregos foi de 1.451, com estoque de 84.158 vagas.

Os números vão na contramão da realidade brasileira durante a pandemia da Covid-19. A engenheira civil Lidiane Moreira acaba de voltar ao mercado e num mais alto que o anterior. Ela conta que no início da pandemia chegou a ter de deixar seu emprego da época, porque não tinha com quem deixar seus filhos, diante do fechamento das escolas. Em junho deste ano, foi contratada para ser gerente de obras da EBM Desenvolvimento Imobiliário. Lidiane já havia trabalhado na empresa em outra oportunidade, mas em um cargo mais baixo. “Vejo isso como um privilégio, hoje a construção civil está na contramão do mercado”, avalia. Ela conta que sua visão no início da pandemia era bem mais pessimista e não esperava retornar tão cedo ao trabalho. Lidiane pontua também que a demanda de trabalho aumentou, porque, mesmo com os resultados positivos, as empresas ainda sofrem com a redução das equipes. “Mas estamos nos reestruturando”, projeta. A engenheira ainda destaca o fato de ser uma mulher empregada na construção civil e os desafios que precisou enfrentar para se adaptar à nova realidade, sendo mãe. O presidente da Ademi-GO, Fernando Razuk, acredita que a geração de empregos deve crescer ainda mais no setor e ajudar na retomada da economia.   

FONTE: O POPULAR