As vendas de novos imóveis caíram fortemente em abril na comparação com fevereiro, o mês imediatamente anterior ao da chegada no Brasil da pandemia do novo coronavírus, aponta um levantamento da plataforma de mercado imobiliário AoCubo.
Segundo a empresa, a queda foi de 37% entre novos imóveis de valor até R$ 400 mil, incluindo unidades do projeto Minha Casa Minha Vida. Já entre imóveis acima de R$ 400 mil, a queda foi ainda maior, de 58%. A plataforma apurou ainda uma queda de 48% nas vendas de imóveis comumente procurados por compradores de perfil investidor.
Os dados são de 90 incorporadoras que atuam no Brasil e foram compilados pela AoCubo, que se denomina uma “proptech”, ou seja, uma empresa que mescla tecnologia e serviços imobiliários.
“Apesar de todos esperarem um ano mais aquecido no segmento, por força do coronavírus, o crescimento estimado se tornou impraticável”, comenta Ronnie Sang, do AoCubo.
Até o fim de 2019, entidades como a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias estimavam um crescimento exponencial neste ano, devido à combinação entre reduções nas taxas de juros do crédito imobiliário e de cortes na taxa básica de juros do país, a Selic.
A AoCubo destaca ainda como a pandemia afetou a atividade de corretagem, demandando dos profissionais novas habilidades no trato digital, uma vez que as visitas aos imóveis foram proibidas, no embalo das medidas de isolamento social para conter a propagação da covid-19. A empresa afirma possuir 9.500 corretores cadastrados e ter repassado a eles, até aqui, cerca de R$ 8 milhões em comissões de vendas.