As vendas de imóveis usados cresceram pelo segundo mês consecutivo no Estado de São Paulo, passando ao largo do ambiente de crise que se alastra pela Economia. Em agosto, o crescimento foi de 8,35% na comparação com julho, mês em que a expansão havia sido de 10,25% sobre junho. Os números foram apurados em pesquisa feita com 1.101 imobiliárias de 37 cidades pelo CRECISP. Nos oito meses até agosto, as vendas acumulam crescimento de 7,88%.
“É mais barato, está pronto e se encontra em todo lugar, especialmente naqueles locais, ou próximos daqueles em que o consumidor deseja morar.” É assim que José Augusto Viana Neto, presidente do CRECISP, explicou a boa performance dos imóveis usados, que ele também atribui à manutenção dos financiamentos bancários. “Mesmo com a alta de juros e a redução do valor financiado, os empréstimos vêm mantendo margem importante no mercado, entre 48% e 68% das operações de venda de usados”, acrescentou.
A pesquisa do CRECISP mostrou que a maioria das vendas – 54,27% - foi feita por meio de financiamento bancário. O restante se dividiu entre os negócios à vista (40,2%), os feitos com pagamento parcelado pelos donos dos imóveis (4,02%) e por carta de crédito de consórcios imobiliários (1,51%).
Do total vendido em agosto, 48,49% eram casas e 51,51% apartamentos. Os imóveis mais vendidos foram os de preço final até R$ 300 mil, que representaram 58,29% das vendas. “A concentração das vendas nessas faixas, que se repete pesquisa após pesquisa, deixa clara a dissociação entre os muitos lançamentos de imóveis novos e a capacidade real de pagamento da maioria das famílias, e justifica a busca pelos usados”, afirmou Viana.