São Paulo - O faturamento dos fabricantes de materiais de construção apresentou queda de 11,5% no ano passado, altamente impactado pela recessão e pelo declínio dos investimentos em obras de infraestrutura.
Na visão do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover, um conjunto de fatores impactou negativamente o desempenho do setor.
"O desemprego e o medo da perda do emprego, bem como os juros altos, a dificuldade de obtenção de crédito e a redução dos investimentos públicos e privados ainda continuam inibindo o consumo dos materiais, seja para reformas, seja para novas edificações", destacou o dirigente em comunicado.
Cover afirmou que o mês de dezembro apresentou uma queda um pouco menor que a média do ano, mas as causas da recessão ainda estão presentes na indústria e devem permanecer no primeiro semestre de 2017.
O faturamento dos fabricantes de materiais de base registrou queda de 12,9% em 2016, de acordo com dados da Abramat. Já o segmento de acabamento reportou retração de 9,5% no período.
A Abramat acrescenta que a tendência para a indústria de materiais de construção, em 2017, é de estagnação.
Em entrevista recente ao DCI, Cover afirmou que se não fossem as últimas medidas de estímulos anunciadas pelo governo federal - como a injeção de R$ 7 bilhões para o Cartão Construcard, a nova faixa do programa Minha Casa Minha Vida e a redução dos juros para o financiamento de imóveis - o setor apresentaria desempenho negativo neste ano.
"Essas medidas indicam que, a partir do segundo semestre de 2017, a indústria brasileira já deve começar a apresentar crescimento", disse o presidente da Abramat.
Somente em dezembro, o faturamento deflacionado dos fabricantes de materiais de construção apresentou declínio de 10% na comparação com igual período de 2015. Em relação a novembro, a indústria teve retração de 22,7%.
Emprego - De acordo com dados da Abramat, o nível de emprego da indústria brasileira recuou 9,3% em 2016. No segmento de materiais de base, a variação negativa foi de 9,4%, enquanto que em acabamento a queda atingiu 9,2% no período.
A entidade pontua que a confiança dos empresários do setor ainda é baixa, "mas deverá melhorar durante o ano caso as reformas estruturais da economia sejam aprovadas e sua implementação iniciada.".