As vendas da indústria de materiais de construção cresceram 2,9% em março, em relação ao mesmo período de 2018, interrompendo a trajetória de queda, na comparação anual, observada em janeiro e fevereiro. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), houve leve variação alta de 0,1% do faturamento deflacionado do setor no primeiro trimestre. A expectativa de crescimento de 2% em 2019 está mantida.
"Tivermos um desempenho negativo em janeiro e fevereiro, mas março foi melhor do que o esperado", afirma o presidente da Abramat, Rodrigo Navarro. A comercialização de materiais para o varejo continua a puxar o desempenho do setor. A entidade espera que a expansão das vendas para as construtoras ocorra a partir do segundo semestre devido à defasagem entre os lançamentos e o início das obras, e considera a retomada do segmento de infraestrutura em suas projeções.
Navarro ressalta que o desempenho da indústria de materiais é muito relacionado ao da economia. "Ainda há um compasso de espera em relação à aprovação da reforma da Previdência e à apresentação da reforma tributária", diz o presidente da Abramat.
Amanhã, representantes da entidade vão apresentar propostas de possíveis soluções para destravar o setor a representantes da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec). As conversas com o governo incluem temas como a plataforma de modelagem de informações da construção (BIM, na sigla em inglês) e indústria 4.0.
Por segmento, as vendas de materiais de base aumentaram 3,9% em março, e as de acabamento tiveram alta de 1,6%. No trimestre, enquanto a comercialização de produtos de base cresceu 1,5%, a de itens de acabamento ficou 1,7% menor do que a de janeiro a março do ano passado. No acumulado de 12 meses encerrados em março, houve expansão de 0,8% das vendas de materiais, com expansão de 1,5% dos itens de base, mas retração de 0,3% dos de acabamento.
No ano passado, as vendas de materiais de construção aumentaram 1%, interrompendo três quedas anuais consecutivas. Navarro diz ter um "otimismo cauteloso" em relação ao desempenho do setor neste ano.