Chiara Quintão
As vendas de imóveis residenciais novos caíram 16% em março na comparação anual, na cidade de São Paulo, e tiveram expansão de 28% em relação a fevereiro, para 1.070 unidades, conforme a pesquisa mensal do Secovi-SP, o Sindicato da Habitação. No primeiro trimestre, o volume acumulado foi de 2.856 unidades comercializadas, com expansão de 4,4% ante os três primeiros meses de 2015. Apesar do crescimento anual, houve queda em relação à média de 5,5 mil unidades vendidas nos primeiros trimestres do período de 2004 a 2015.
Dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) divulgados pelo Secovi-SP apontam queda de 26,9% nos lançamentos residenciais, em março, ante o mês equivalente de 2015, para 565 unidades. Na comparação com fevereiro, houve alta de 230%. No trimestre, os lançamentos somaram 1.692 unidades, com retração de 23%. O volume lançado foi o menor desde 2004, quando a metodologia atual passou a ser utilizada.
O economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, diz que ainda considera difícil fazer projeções de lançamentos e vendas para o acumulado de 2016, até que haja definições dos rumos da política e da economia, mas afirma acreditar que será possível repetir os números do ano passado.
"No momento em que o afastamento da presidente Dilma Rousseff for definido, a nova equipe for composta e as medidas de ajuste, apresentadas e negociadas, isso contribuirá para a retomada da confiança de empresários, bancos e consumidores", diz. Nesse cenário, o mercado imobiliário poderá "responder bem" no terceiro e no quarto trimestres, de acordo com Petrucci.
Em março, a velocidade de comercialização medida pelo indicador VSO (vendas sobre oferta) foi de 4%, abaixo dos 4,4% no mesmo mês de 2015, mas superior aos 3,1% de fevereiro. No fim de março, a oferta de imóveis residenciais era de 25.823 unidades, abaixo da média dos últimos 12 meses, de 27 mil imóveis.
O Valor Geral de Vendas (VGV) comercializado em março de R$ 645,7 milhões apresentou queda de 10,5% ante o do terceiro mês do ano passado e aumento de 43,5% ante fevereiro. Nessas comparações, os valores foram atualizados pelo INCC-DI.
Petrucci compara que as vendas chegaram a R$ 9,9 bilhões em 2015, ante R$ 21 bilhões por ano, fase de mais euforia do setor.