Embora o número de unidades residenciais vendidas em São Paulo tenha caído 5% de fevereiro para março, o Secovi-SP, o sindicato da habitação, considera o resultado surpreendentemente positivo. As vendas no início do ano costumam cair em relação às do fim do ano anterior e, em março, adicionalmente, os estandes na capital paulista permaneceram a maior parte do tempo fechados, por causa das medidas de contenção da pandemia.
A pesquisa do mercado imobiliário paulistano realizada pelo Secovi-SP apurou a venda de 4.761 unidades residenciais novas em março, ante 5.009 unidades vendidas em fevereiro. Na comparação com março de 2020 (venda de 2.683 unidades), o aumento é de 77,5%.
Resultado igualmente expressivo é o aumento de 5,9% no acumulado de 12 meses de abril de 2020 a março de 2021 em relação aos 12 meses anteriores. As vendas cresceram mesmo no período marcado pela pandemia.
Desde a identificação dos primeiros casos de covid-19 no País, dois resultados mensais foram particularmente bons para o mercado imobiliário, os de agosto (venda de 6.350 unidades) e dezembro (8.709 unidades). Esses números são as demonstrações mais fortes da recuperação na pandemia.
Em março, observou o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, os imóveis econômicos responderam por 62% do total vendido, com aumento de 120% em relação às vendas de um ano antes. Foram enquadradas como econômicas (de acordo com os critérios do programa Casa Verde e Amarela) 2.967 unidades vendidas e 2.083 lançadas no mês.
Quanto aos lançamentos, no primeiro trimestre eles somaram 6.971 unidades, das quais 65% econômicas.
As incorporadoras mantiveram esforços nas vendas online, pois o atendimento presencial não foi possível no período em que São Paulo ficou submetida a medidas mais rigorosas de combate à pandemia.
O ritmo da vacinação da população preocupa o setor, bem como outros segmentos da economia. Mas o mercado imobiliário, como a indústria de construção, agora enfrenta outro problema: a irregularidade no abastecimento de insumos e a alta de seus preços. O resultado pode ser o aumento do preço para o consumidor e até a redução do ritmo de crescimento do setor, como já prevê a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) para todo o País.