O mercado imobiliário, que começava a demonstrar uma recuperação nos últimos meses, deverá sofrer um impacto imediato da crise política, segundo companhias e entidades do setor.
Neste fim de semana, o movimento nos plantões de venda será muito ruim, segundo um empresário que cancelou iniciativas promocionais.
"Até o fim deste mês, pode até haver movimento nos plantões de venda, mas sem fechamento de negócios", afirma Flávio Prando, vice-presidente do Secovi-SP (sindicato de habitação paulista).
Nos últimos dois dias, as assinaturas de contratos foram adiadas, diz Flavio Amary, presidente da entidade.
Ainda será preciso aguardar os desdobramentos da taxa de juros e da confiança do consumidor para revisar as projeções para este ano, avalia o presidente da Abrainc (associação das incorporadoras), Luiz Antônio França.
Os lançamentos deverão ser os mais afetados. "Para quem tem perspectiva de receber o imóvel em três anos, há maior incerteza sobre qual será a situação da construtora até lá", afirma Igor Freire, diretor da Lello.
Novas regras para os distratos (desistências da compra), discutidas entre governo e setor, deverão ser adiadas. "É preciso, antes, resolver o problema central", diz França. "A pauta, porém, segue como prioridade", de acordo com Amary.