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14/07/2016

Vendas e lançamentos caem para menor nível, diz Secovi

O Valor Geral de Vendas (VGV) comercializado foi de R$ 644,4 milhões, em maio, com queda de 32,3% ante o quinto mês do ano passado, mas alta de 20,2% em relação a abril.

As vendas e os lançamentos de imóveis residenciais novos, na cidade de São Paulo, no intervalo de janeiro a maio, atingiram o menor patamar desde 2004, segundo o Secovi-SP, o Sindicato da Habitação. A comercialização teve queda de 27,9% no acumulado dos cinco meses, na comparação anual, para 5.097 unidades.

Entre 2004 - quando a metodologia atual passou a ser adotada - e o ano passado, a média de vendas no intervalo de janeiro a maio era de 10,5 mil unidades.

"Atingimos ponto mais baixo do mercado", diz o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci. No início do ano, segundo Petrucci, a expectativa era que 2016 seria considerado um bom ano se o desempenho fosse semelhante ao de 2015 em lançamentos e vendas. "Mas já tenho dúvidas se este ano será como 2015", diz. O mais provável é que, no próximo mês, as estimativas sejam revisadas para baixo.

Dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) divulgados pelo Secovi-SP apontam que os lançamentos de imóveis residenciais, na capital, caíram 55,2%, no acumulado até maio, para 3.553 unidades, na comparação anual.

No mês de maio, o volume vendido de unidades residenciais caiu 50,7% em relação ao quinto mês de 2015, para 1.059 unidades. Na comparação com abril, a retração foi de 10,4%. O Valor Geral de Vendas (VGV) comercializado foi de R$ 644,4 milhões, em maio, com queda de 32,3% ante o quinto mês do ano passado, mas alta de 20,2% em relação a abril.

A velocidade de comercialização medida pelo indicador VSO (vendas sobre oferta) ficou em 4,1%, abaixo dos 7,1% de maio do ano passado e dos 4,5% de abril.

Em maio, os lançamentos caíram 52,9% ante o mesmo mês do ano passado, para 1.166 unidades, de acordo com a Embraesp. Houve expansão de 67,8% na comparação com abril. "Em junho, houve bem mais lançamentos do que maio", diz Petrucci.

No fim de maio, a oferta de imóveis residenciais novos na capital paulista era de 24.799 unidades, incluindo unidades na planta, em construção e prontas. Esse nível de imóveis disponíveis é semelhante ao de outubro de 2014, segundo o Secovi-SP.

Petrucci conta que, em encontro realizado no Secovi-SP, nesta semana, com 25 incorporadoras, a sinalização foi que dois terços das empresas "estão com empreendimentos na ponta da agulha, esperando uma definição política", principalmente na capital paulista e no entorno. "Nosso mercado depende, basicamente, de confiança", diz Petrucci, acrescentando que os indicadores têm apontado para menos pessimismo. "Falta coragem para colocar produtos na rua", acrescenta o economista-chefe do Secovi-SP.

Segundo Petrucci, quando a confiança melhorar, todas as incorporadoras vão lançar ao mesmo tempo. "Qualquer que seja a solução [para a crise política], neste terceiro trimestre, vamos começar a ver uma solução para o mercado imobiliário no quarto trimestre", afirma o representante do Secovi-SP. 

FONTE: VALOR ONLINE