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08/03/2024

Vendas no mercado secundário aceleram na Zona Oeste de SP (Valor Econômico)

Estudo aponta que Jardins, Sumaré e Alto de Pinheiros lideraram o crescimento dos negócios na capital paulista em 2023. Bairros da Zona Sul ganharam em volume de comercialização

Bairros da Zona Oeste de São Paulo apresentaram os maiores índices de crescimento nas vendas de imóveis secundários em 2023, segundo o ranking de demanda imobiliária produzido pela plataforma Loft. No total, foram analisadas 33 mil transações com pagamento do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) entre os 20 bairros com o metro quadrado mais valorizado da cidade.

No Jardim Europa, por exemplo, o volume de negócios fechados cresceu 42% na comparação entre os dois semestres de 2023. No Jardim América, 30%. Sumaré (40%) e Alto de Pinheiros (32%) são outros bairros que encabeçam a lista de locais onde as vendas de imóveis foram mais aceleradas na capital. No total, o volume de negócios nesses bairros cresceu 13%.

No recorte sobre o volume total negociado, Pinheiros liderou absoluto, com 994 transações registradas na prefeitura no período, seguido de Brooklin (880), Campo Belo (810), Moema Pássaros (654) e Vila Olímpia (606), todos na Zona Sul, estão no top 5 de performance.

“Esses bairros mais valorizados atendem um público menos dependente do financiamento bancário, influenciado pela Taxa Selic, que ainda está em dois dígitos. Aliado a isso, o primeiro semestre de 2023 foi mais marcado por incertezas políticas e econômicas com a troca de governo. No segundo semestre, o aumento da confiança do mercado transparece nas vendas”, afirma Fábio Takahashi, gerente de Dados da Loft.

O estudo também usou filtros de análise a partir do tamanho dos apartamentos. As unidades com até 90 metros quadrados de área total tiveram mais apelo nos bairros de Sumaré, Moema Pássaros, Vila Clementino, Vila Madalena e Jardim América. Quantitativamente, Pinheiros teve mais imóveis negociados: 308. Contudo, a variação entre os semestres ficou 15,6% negativa.

Imóveis de 91 a 139 metros quadrados foram mais bem recebidos pelos compradores em Vila Nova Conceição (100%), Jardim América (65%), Vila Madalena (31%) e Itaim Bibi (30%). Mas foi em Pinheiros que esse tipo de produto mais foi vendido na cidade: 365 transações no ano.

Considerando apartamentos com mais de 140 metros quadrados, Sumaré passou de 60 para 96 unidades vendidas entre os dois semestres de 2023: alta de 60%. Na comparação entre os dois períodos, Alto de Pinheiros (50%), Vila Olímpia (45%), Jardim Europa (43%) e Vila Mariana (28%) foram os que mais cresceram em vendas.

ANÁLISE

Para Guilherme Kraemer, diretor Comercial e de Marketing da Revenda Imóvel, um fator essencial ajuda a explicar a concentração do crescimento das vendas em bairros da Zona Oeste. “A volta ao trabalho presencial tem levado as pessoas a procurar moradia perto das empresas, aquecendo o mercado imobiliário ao redor dos eixos econômicos da cidade, como a Avenida Faria Lima”, explica.

A reboque, bairros adjacentes aos mais procurados acabam ganhando relevância. “Quem pretendia morar em Pinheiros, e descobriu que isso não caberia mais no bolso, passou a comprar imóveis em bairros vizinhos, como o Sumaré”, completa.

Outro motivo que explica o sucesso dos bairros da Zona Oeste seria o aumento da oferta de produtos para locação de temporada (“short stay”) nessa região, o que teria inundado o mercado local de investidores. “A ocupação das unidades para aluguel na Avenida Rebouças, por exemplo, chegou a quase 60% no ano passado. A rentabilidade gerada tem criado uma procura muito grande na região.”

Kraemer acredita que, a partir do segundo semestre deste ano, o mercado imobiliário paulistano deve sofrer nova pressão de demanda — agora, pela classe média. “Com a queda consistente da taxa de juros, a tendência é que o efeito chegue à renda das pessoas após meados deste ano.”

Por dentro do mercado

VENDA DE IMÓVEIS NOVOS CRESCEU 15,8% NO RIO EM 2023

O setor imobiliário carioca fechou 2023 com 15,8% de aumento nas vendas de imóveis novos — no cenário nacional, houve queda de 1,4%. Os dados são de pesquisa encomendada pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ), que, no entanto, apontou redução de 14,4% no número de unidades lançadas na capital, contra 11,5% de baixa em todo o país.

HOUSI CAPTA US$ 10 MILHÕES EM NOVA RODADA

A Housi, proptech do setor imobiliário, recebeu US$ 10 milhões em recursos captados numa nova rodada de investimentos liderada pela TM3 Capital. O Açolab Ventures, Corporate Venture Capital (CVC), da ArcelorMittal, completou a rodada. Com mais de cem mil apartamentos e mais de 500 prédios em sua base, a Housi tem parcerias estratégicas com mais de 450 incorporadores

FONTE: VALOR ECONôMICO