Não é de hoje que a Vitacon está de olho em uma possível oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). A incorporadora e construtora paulistana, conhecida pelos apartamentos compactos, tem intenções na bolsa há pelo menos quatro anos, mas acabou adiando os planos de estreia por conta da disparada dos juros pós-pandemia. Agora, com a tendência de queda na taxa Selic, a empresa pode ser uma das primeiras a testar o apetite do mercado para uma nova oferta de ações.
“Entendemos que o segundo semestre será propício para uma janela de IPO. Não temos uma data cravada, mas estamos preparados”, diz Ariel Frankel, CEO da Vitacon, em entrevista exclusiva à EXAME.
O ano de 2024 promete ser um ano dourado para o mercado de imóveis, com baixa da inflação e tendência de queda na taxa de juros. Para especialistas do setor, a redução da Selic ainda pode demorar a atingir o financiamento imobiliário, mas a melhora do ambiente já tem animado os potenciais clientes – em especial os que compram para investir, que representam em torno de 70% dos clientes da Vitacon.
“Nosso cliente é bastante qualificado, e alguns já têm se antecipado para comprar. Outros preferem que o movimento de queda de juros se consolide antes de entrar no negócio. Por isso, esperamos um aumento na demanda para este ano”, afirma o CEO.
Frankel conta que a queda de juros tem acelerado as vendas da companhia, que se prepara para o melhor resultado da história neste primeiro trimestre. Para 2024, a expectativa é atingir R$ 1,6 bilhão em valor geral de vendas (VGV) em 2024 e ultrapassar R$ 2 bilhões em vendas totais, entre estoque e lançamento.
Unidades em dobro
No ano passado, a incorporadora alcançou, pela primeira vez, a marca de R$ 1 bilhão em VGV. Outros números do balanço mostram R$ 872 milhões em vendas, Ebitda de R$ 123 milhões e margem Ebitda de 35,6%.
Sete empreendimentos estrearam no ano passado, e há expectativa de mais 10 a 12 lançamentos para 2024. A diferença está no volume de unidades vendidas, que pode dobrar este ano. “Estamos com projetos maiores e terrenos com maior agregação de valor, o que deve impulsionar o VGV médio por empreendimento, saindo de R$ 150 milhões para outro patamar, que vai de R$ 200 milhões a R$ 250 milhões”, diz.
Atualmente, metade do portfólio da Vitacon vem de apartamentos compactos, segmento de studios e apartamentos de 1 dormitório – em torno de 45 metros quadrados. O foco de atuação são os bairros mais disputados de São Paulo, próximos à infraestrutura de transporte. Entre os locais onde a companhia possui empreendimentos, estão: Pinheiros, Vila Olímpia, Brooklin, Jardins, Vila Madalena e Vila Mariana. “São regiões nobres em termos de preço e com escassez de bons terrenos.”
A Vitacon entregou dois empreendimentos no início deste ano, um nos Jardins e outro na Vila Olímpia. Frankel destaca ainda um empreendimento em construção na Bela Vista, próximo ao Hospital Beneficência Portuguesa, que deve ser a nova joia do portfólio para este ano. O projeto será dividido entre studios e apartamentos de um e dois dormitórios, com 390 unidades. O lançamento está previsto para o primeiro semestre