A expansão da oferta de investimentos no Brasil para um público cada vez mais diverso tem colocado em questionamento algumas certezas de outrora. Uma destas é se um imóvel ainda é uma boa alternativa para investir, sobretudo em um momento em que os Fundos de Imobiliários (FIIs) ganharam escala nos últimos anos no Brasil. Para Ariel Frankel, CEO da Vitacon, as duas possibilidades são válidas e a escolha depende do perfil de cada pessoa.
“Quando o investidor vai para o lado de um fundo imobiliário, ele tem mobilidade, liquidez dos recursos e também um valor de entrada baixo. Na maioria dos fundos, com R$ 1 mil já se consegue participar”, diz Frankel. “Do outro, a pessoa já não tem o controle ou a gerência [sobre o imóvel], ou a escritura em seu nome. Ela será representada por gestores terceiros, que têm uma outra visão.”
Em entrevista ao E-Investidor, o executivo se diz otimista para o desfecho de 2021. Frankel lembra que o ano passado foi positivo para a companhia apesar da crise ter paralisado os mercados globais, principalmente entre março e maio. De todo modo, o empresário enxerga um cenário macroeconômico favorável para a venda de imóveis, ainda que o Banco Central (BC) tenha colocado a Selic em trajetória de alta.
“Uma taxa Selic de um dígito ainda é positiva para o setor. Nossa projeção é que ela deve se manter entre 5% e 6,5%. Se ela subir para 7%, 8% ou 9%, ainda será um cenário legal de se trabalhar. Agora, se ela voltar para 11% a 13%, começa a desfavorecer”, avalia Frankel.
O empresário também nota uma mudança de comportamento dos consumidores brasileiros, cada vez mais interessados pela locação. A renda, inclusive, faz parte dos interesses da companhia. Além da incorporação para a venda tradicional fracionada, a Vitacon quer ter pelo menos 50% dos empreendimentos destinados à renda.
Um desses caminhos seria desenvolver empreendimentos para serem destinados total ou parcialmente para locação. A Housi, por exemplo, empresa do grupo foca na administração imobiliária, já atua com um fundo residencial, segmento este que deve crescer no Brasil, na visão do executivo. “Faz sentido que os empreendimentos estejam cada vez mais na mão de investidores qualificados, que compram esses ativos ou constroem para locação”, opina Frankel.
Sobre as especulações recentes de abertura de capital na bolsa brasileira, ele diz que o plano não está no radar. Mesmo reconhecendo que ter acesso a estruturas de capital é importante para qualquer empresa crescer, ele diz que uma Oferta Pública Inicial (IPO) só sairá do papel “se for um momento muito oportuno e fizer sentido”.