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01/04/2019

Volume de financiamento imobiliário no CE salta 25,9% em 2019

Para o presidente do Sinduscon-CE, André Montenegro, a tendência é de que essa melhora continue ao longo do ano, observando-se a retomada que foi prevista para 2018, mas que não se concretizou

Após amargar queda de resultados ao longo da crise econômica, o setor da construção civil no Ceará parece finalmente começar a reagir. Nos dois primeiros meses deste ano, foram financiados 783 imóveis, quase 100 unidades a mais que em igual período do ano passado (688), representando um avanço de 13,8% em um ano.

As operações movimentaram cerca de R$ 196 milhões no Ceará, conforme revelam dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). O volume é 25,9% maior que o registrado no ano passado, quando R$ 155 milhões em imóveis foram financiados.

Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro, a tendência é de que essa melhora continue ao longo do ano, observando-se a retomada que foi prevista para 2018, mas que não se concretizou.

André detalha que o Estado encerrou 2018 com um estoque de imóveis em torno de 7,5 mil unidades, valor que era de 12 mil no fim de 2017. "Já estamos começando a ter novos lançamentos também, em menor escala, mas já temos alguma coisa".

Juros - Outro fator que contribuiu para o aumento do número de financiamentos imobiliários realizados em janeiro e fevereiro foi o juro mais baixo. É o que aponta o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Ceará (Creci-CE), Tibério Benevides.

No último mês de setembro, a Caixa Econômica Federal anunciou redução de 0,75 ponto percentual nas taxas de juros do crédito para compra de imóveis enquadrados no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI). O índice mínimo passou de 9,5% ao ano para 8,75%, no acsi para imóveis de até R$ 1,5 milhão.

Melhora real - Tibério destaca que a melhora no mercado é confirmada pelo crescimento do número de imóveis comprados no Estado, e não apenas pela alta do valor dos financiamentos no período. Esse aumento, segundo explica, poderia ter sido motivado por uma inflação do preço dos imóveis.

Ele ainda ressalta a importância das classes C e D para a engrenagem econômica do País. "São eles que movem a roda da economia. Ganham e gastam o tempo todo. Quem tem muito dinheiro, vai comprar lá fora, em outros países, então tem uma participação menor", pontua.

Segundo Benevides, a Caixa está vindo muito forte com o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que é focado exatamente nessas classes. Sobre os tipos de imóveis que têm tido maior atratividade, ele cita os compactos, com tamanho entre 38 e 53 metros quadrados (m²) como os destaques de vendas recentes.

Empregos - Apesar dos bons índices e perspectivas, a geração de empregos no setor não deve apresentar uma resposta tão imediata. André Montenegro explica que o crescimento das vendas e a diminuição de estoque não significam mais vagas disponíveis. "Vamos ver alguma melhora em relação a emprego no segundo semestre, quando esses empreendimentos que foram lançados começarem as obras", estima.

Tibério afirma que já consegue observar algum avanço no nível de emprego nos últimos seis meses, apesar dos índices se contradizerem. "Não sei em quem acreditar, mas, na prática, já está começando a melhorar".   

FONTE: DIáRIO DO NORDESTE